O S. Martinho é uma tradição secular que, todos os anos é celebrado a 11 de novembro. O dia de São Martinho é festejado um pouco por toda a Europa, mas as celebrações variam de país para país. Em Portugal é tradição fazer-se um grande magusto, beber-se água-pé e jeropiga. Esta é também uma altura em que se prova o novo vinho. Como diz o ditado popular, “no dia de São Martinho, vai à adega e prova o vinho”. Os dias tornam-se mais curtos, frios e chuvosos e as roupas que usamos são quentes e aconchegantes. Mas eis que, em novembro, São Martinho chega para nos devolver um pouco de calor e nos ajudar a levar o livro, as histórias, as quadras, as adivinhas, as canções, os provérbios, as tradições e as castanhas aos nossos mais velhos.
Nos dias próximos ao dia de São Martinho, o sol espreita e o tempo melhora. Esta crença deve-se a uma lenda muito antiga que passou de geração em geração. Curiosos? Então diz-nos a história que num dia frio e chuvoso de inverno, um cavaleiro viajava montado no seu cavalo. O cavaleiro chamava-se Martinho e usava uma capa que o protegia da tempestade. A dada altura, pelo caminho, viu um mendigo que tremia de frio. Sem mais nada que lhe pudesse dar, o cavaleiro cortou a sua capa ao meio e partilhou uma das partes com o mendigo, cobrindo-o. Prosseguiu a sua viagem e nesse momento, a natureza recompensou-o pela sua atitude e o imprevisível aconteceu: a tempestade amainou e o sol surgiu por entre as nuvens. O bom tempo prolongou-se por três dias, acompanhando Martinho até ao fim da sua viagem.
Devido à lenda, acredita-se que é São Martinho que traz um pouco de calor ao outono e, por isso, este acontecimento é conhecido como “verão de São Martinho”.
Para comemorar e assinalar esta quadra festiva, a Biblioteca Miguel Torga, mais uma vez, e no âmbito do seu Projeto “Leitura das Memórias” comemorou o São Martinho com as várias Instituições de Solidariedade Social do Concelho, numa parceria que tem sido enriquecedora ao longo dos anos.
Na animação de leitura conversámos sobre a castanha na literatura, referida na obra de diversos escritores portugueses, como por exemplo Miguel Torga, Teófilo Braga, Aquilino Ribeiro, Jorge Lage, entre outros.
Também falámos da castanha na gastronomia, uma dádiva dos deuses como refere Jorge Lage. A castanha era o pão de antigamente e o acompanhamento de toda a culinária.
Nas várias IPSS, falou-se de São Martinho, de castanhas, do vinho e depois, em ambiente de convívio, degustaram-se umas saborosas castanhas oferecidas pelo Município de Arganil aos utentes. Foram momentos de interação onde os intervenientes mostraram que história, tradição e boa disposição, haverá sempre, quando levamos memórias aos nossos utilizadores da Terceira Idade.
A bibliografia utilizada foram os livros de Jorge Lage, “Maria Castanha e outras Memórias”, “Romanceiro da Castanha”, “Memórias da Maria Castanha”, “Castanea uma dádiva dos Deuses”, “Um Reino Maravilhoso” de Miguel Torga e Graça Morais e “Festas e tradições portuguesas” de Jorge Barros e Soledade Martinho Costa.
http://catalogorbca.cm-arganil.pt/pacwebv3/base%20de%20artigos%20digitalizados/ano%20de%201969/HT%2016965.PDF
http://catalogorbca.cm-arganil.pt/pacwebv3/base%20de%20artigos%20digitalizados/ano%20de%202000/HT%208363.PDF
http://catalogorbca.cm-arganil.pt/pacwebv3/base%20de%20artigos%20digitalizados/ano%20de%202022/HT%2019777.PDF
Fica aqui um breve registo fotográfico destas sessões!
Comentários
Enviar um comentário