Junho é o mês dos Santos Populares com festas e arraiais por todo o país nas noites de Santo António, de São João e de São Pedro. Mês dos manjericos, das fogueiras, das sardinhas, dos arcos e balões, das marchas populares.
A estas festas estão associadas diversas tradições, histórias, lendas e quadras.
A 13 de junho festejamos o Santo António como santo casamenteiro, mas Santo António é também, talvez devido aos seus dotes de oratória, o advogado das causas perdidas e o que nos ajuda a encontrar objetos perdidos de grande valor.
Quem não conhece o responso a Santo António?
São várias as orações que tradicionalmente se fazem a Santo António a pedir ajuda para diversas situações: viagens, emprego, saúde, entre outros.
A 24 de junho festejamos o S. João.
A noite de S. João é considerada muita boa para se adivinhar o futuro. Desde casamentos ao ano agrícola, ao clima, tudo se pode saber nesta altura! De norte a sul do país existem várias tradições!
Por exemplo, em Beja coloca-se, numa tábua, 12 montinhos de sal, aos quais se dão os nomes dos meses. Passam depois a tábua pelo fumo da fogueira e deixam-na ficar toda a noite ao relento. Antes de o sol nascer, correm à tábua para examinarem qual dos montinhos de sal está mais húmido, para determinar em que meses a chuva será mais abundante.
Por último, o 29 de junho é consagrado a S. Pedro e a data marca o fim das festas dos “Santos Populares”. Este santo é invocado pelos crentes por muitas razões. É protetor dos pescadores e porteiro celestial.
Segundo a crença popular, S. Pedro é também responsabilizado pelo estado de tempo, nomeadamente pela ausência ou abundância de chuva. Se o problema é trovoada, reza-se ao Santo para que se acalme, porque deve estar zangado ou de mau humor!
Para além das orações e responsos, existem inúmeras quadras populares que evocam os Santos Populares:
Às moças casamenteiras
Recomendo uma oração.
Peçam com boas maneiras
O santo nunca diz não.
Ó meu rico Santo António
Eu para o ano lá hei-de ir.
Ó casada ou solteira
Ó criada de servir.
Queimei uma alcachofra
Na Noite de S. João.
Para saber se o meu amor
Era leal ou não.
Ó meu rico S. João
Tens um cheiro a rosmaninho.
Enche o nosso coração
De paz, amor e carinho.
Com prazer e alegria
Principiemos a nossa festa.
Festejemos o S. Pedro
O nosso grande profeta.
S. Pedro por ser tão velhinho
Deve ter muito juízo.
Por isso deus lhe entregou
As chaves do paraíso.
“Festas e Tradições Portuguesas – junho” e “Tradições Populares do Porto” de Helder Pacheco foram os livros que serviram como desafio para as sessões de junho do projeto “Leitura das Mémorias”. Também as novas tecnologias estiveram presentes nas nossas sessões, com recurso a tablets foram realizadas pesquisas sobre o tema na internet.
Aqui fica o registo fotográfico:
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